Não Sei Desenhar ῟148 - 06/08/24
outro dia eu esqueci o nome do Divertida Mente e chamei de Imediata Mente
Prestigiei recentemente dois documentários de making of que saíram esses tempos: o episódio final de Psychodissey e 2399 Days With Hayao Miyazaki & Studio Ghibli.
O primeiro é o episódio 33 de uma série da qual eu já falei aqui em tempos anteriores, é o documentário que seguiu a produção do jogo Psychonauts 2 dentro da produtora Double Fine. Esse episódio saiu um ano e meio depois do episódio 32 e trata justamente do impacto do documentário e do lançamento do jogo. É legal rever os velhos amigos parassociais de novo, ver como mudaram, as transformações dentro da própria empresa. Não é por acaso que um trecho fala sobre como a produtora passou a receber mais currículos depois do documentário: realmente eles mostram a Double Fine como uma empresa divertida de se trabalhar, e que incentiva a camaradagem e a criatividade. Mostra eles tentando resolver os problemas internos na medida do possível e etc. É bem fofo.
Mas o 2399 Days With Hayao Miyazaki & Studio Ghibli quase que não perdoa o Miyazaki. O que interessa mais aqui parece ser desconstruir a fama de ranzinza do velho, colocando ele numa posição mais humana ao tratar da morte do Isao Takahata, outro diretor do estúdio e que o Miyazaki tinha como um mentor desde muito tempo. Parece que existe aí uma distorção em algum nível, uma vez que ignora a importância da colorista Michiyo Yasuda, que também morreu entre o filme anterior do Miyazaki e seu último, O Menino e a Garça. A própria narrativa é escandalosamente enviesada e forçada, enchendo de cortes relacionando filmes do estúdio com falas reais de tempos diferentes e com um narrador pentelho demais. É um documentário televisivo da NHK, numa vibe mais jornalística mesmo, a la Globo Repórter, então meio que não dá pra pedir demais. Vale pela humanização do Miyazaki e por mostrar mais de como o cara trabalha.
como é que ninguém fala nada sobre esse anime do Shinichiro Watanabe (o cara por trás de Cowboy Bebop, Samurai Champloo, Space Dandy etc) com o Chad Staheski (co-diretor de John Wick) na direção de ação e com trilha de gente do naipe de Kamasi Washington e Bonobo
tudo bem que só sai ano que vem mas pô
Sailor Suit And Machine Gun é um filme de 1981 dirigido pelo Shinji Somai, e é o tipo de filme que nas mãos de um diretor menos habilidoso poderia terminar em cagada na certa. Começa pela história que com um tropeço ou dois descambaria pra um pastelão na vibe de filmes do Renato Aragão: menina de 14 anos acaba virando chefe de um pequeno clã de yakuza porque é a única pessoa na linha sucessória. Em uma estrutura quase episódica, a história vai se desenrolando e em pouco tempo o mundo da menina vai se tornando um de violência e decadência, como se a inocência fosse sendo arrancada dela aos pedaços. O Somai curte muito fazer uns planos muito longos - e na verdade o que ele parece fazer é distender o tempo, brincar com ele como quer. A tensão de muitas cenas vem daí.
Os personagens passeiam pelos quadros e o diretor parece pedir que eles aproveitem os espaços como bem quiserem. O universo criado consegue ser muito coeso, mesmo com alguns arroubos de exagero. Existe uma delicadeza mesmo em momentos mais estranhos - e olha que o filme exala uma certa estranheza.
Tem algo sobre o rosto dela estar coberto ou simplesmente não aparecer em alguns momentos de relativa importância. Não por vergonha, talvez, mas mais por uma possível tentativa de não querer mostrar ela no mundo em que ela vai parar. Isso desde o fogo que cobre o rosto dela na cena que mostra o título. Mas no momento em que ela pega uma metralhadora pra fazer jus ao nome do filme, é em câmera lenta e o rosto dela é bem visível. E isso se dá num local onde tá rolando uma projeção de um filme, inclusive, como se agora ela estivesse exposta de vez.
No fim, a personagem fica saltando de família em família: a sua de sangue já não existe mais, então ela parte pra família da Yakuza e dos seus amigos e, mais pro final, já meio que não precisa mais dela. A “mãe” dela é a amante do pai falecido, e ela se torna um reflexo da própria protagonista, algo que esta querendo ou não pode vir a se tornar no futuro. De certa forma, no final do filme, é meio o que acontece mesmo.
Mais um da coleção do Acervo do Drive.
isso aqui já tá no meu top 5 do ano, frouxo: o álbum novo do Kill Bill The Rapper com o Rav. Meio “horror rap”, uma pegada ligeiramente Death Grips e Ho99o9, batidas pesadas e samples doidos… finíssimo
E o novo do Jack White tá bem ROCÃO com algum groove. Tem umas feitas meio no automático mais pro fim do álbum mas tá bem bom no geral, às vezes até lembra White Stripes.
e que tal o Onça Combo, um som instrumental que aparentemente mistura viola caipira com jazz
obrigado audiência!!!!
vamos tentar de novo!!!!! Eu sei que vocês conseguem. A história que tava rolando na edição anterior só vai prosseguir mediante vitória de uma das opções. Faça valer seu direito de escolha, participe da festa da democracia.