Não Sei Desenhar Ꞛ147 - 09/08/24
é... tem tudo isso né... foda quando isso acontece... claro, pois não, sim...
Tenho que admitir que a coisa que mais me brilhou os olhos em Deadpool e Wolverine foram as cenas que parecem ter sido puxadas diretamente dos quadrinhos, incluindo aí a cena em que (spoiler???? Não chega a tanto) ele coloca a máscara e parte pra uma chacina junto do Deadpool. É o tipo de coisa que o meu nerd interior de 10 anos dá um grito, o lance de ver aqueles personagens em ação como se saltando das páginas pra tela.
No mais é meio que um Vingadores Série C né, com direito até a pausa pra aplauso quando aparecem certos personagens/atores.
Olhos Sem Face (Les Yeux Sans Visage, ou Eyes Without a Face, ou “ajudar o peixe”) do George Franju é um suspense que estica o tempo o máximo que pode. Tudo demora muito pra acontecer, o Franju cria a tensão com longos momentos que mostram o tamanho da mansão onde o grosso da história se passa. Os personagens levam muito tempo caminhando, e aos poucos isso vai se misturando às ações deles. Tem uma cena de operação plástica lentas e detalhadas. Os momentos de suspense propriamente são mais esparsos, a construção deles parece importar mais. Isso faz com que as cenas de impacto pareçam funcionar melhor.
Tem algo quase felliniano no casting: todo mundo tem rostos muito marcantes, feições bem diferentes uma da outra, o que de certa forma enfatiza a semelhança entre atrizes no ponto em que isso é necessário pra trama.
O suspense e o estranhamento acabam não vindo pelo realismo. Há um certo exagero formal que inevitavelmente respinga em Hitchcock. A própria atuação do Professor é exagerada no quanto se contém. E a Christiane, a moça dos olhos sem face, parece atuar na mesma chave: seus olhos são a parte mais importante de sua atuação.
Eu não fazia ideia (ou nunca tinha me dado conta) de que um paranaense foi o segundo vocalista do Omega Tribe, banda clássica do city pop japonês nos anos 80. Esse vídeo conta a história:
E tem até registro do cara cantando o maior hit deles numa versão bossa nova em PT-BR
duas mulheres fodas da música em espanhol fizeram ótimos Tiny Desks recentemente: a Nathy Peluso…
… e num melhor ainda, a minha sobrinha María José Llergo, muito fofa empolgada em participar do negócio e metendo o vozeirão
(seguindo o resultado da votação da edição anterior)
Lucy clica duas vezes na tela e a versão em preto e verde do Space Invaders surge novamente, tocando a musiquinha. Que se foda a nave, sua chefe que cuide disso. Ela com certeza vai encontrar o problema, e vai cuidar dele. O Space Invaders? Não vai se jogar sozinho. Quem vai proteger a terra dos invasores alienígenas, afinal de contas?
Essa tentativa dos alienígenas, porém, parece estar mais lenta do que antes. O jogo costumava acelerar numa certa cadência mas agora ele trava em alguns momentos, engasga. Lucy tenta reiniciar o jogo duas vezes, reinicia o sistema operacional de seu computador, mas a lentidão continua. Tem algo de diferente. Ela analisa os arquivos do jogo, os de inicialização do computador, tudo parece estar funcionando ok numa olhada mais rasa. Mas o jogo ainda trava. Não era pra ser assim.
Também não era pra haver um quadrado vermelho no meio da tela. Lucy bate com a unha no monitor convexo, tenta limpar o que pode ser uma sujeira. Parece algo interno. Algum problema do computador? Aconteceu alguma coisa na hora em que a nave desligou?
Lucy não percebe, a despeito de seus olhos grandes e pupilas dilatadas, mas a luz de emergência pisca silenciosa à esquerda do computador.