Álbum novo do Kokoko! tá bem legal: diretamente do Congo, mistura música local com música eletrônica de formas muito interessantes
O hit deles até então era essa aqui de 2018
Enquanto isso, no Brasil: vocês talvez já estejam cientes, mas finalmente saiu nos streamings o lendário single do Altino Soares da Silva, Discos Voadores dos Mundos Siderais. Vamos todos cantar numa só voz, como Altino nos ensinou:
O Pântano, da Lucrecia Martel (2001), é um suspense mas não no sentido do gênero exatamente, mas sim porque tá tudo em suspensão o tempo inteiro. Tem sempre uma sensação de que alguma merda cada vez maior tá pra acontecer, alguma mudança que chacoalhe de vez a vida daqueles personagens… mas meio que isso nunca vem.
A piscina suja na casa da família de classe média-alta é o símbolo mais óbvio da situação de todo mundo ali. Descuidada, suja, mas pronta pra ser limpa - porém a limpeza nunca vem, assim como as mudanças nas vidas das personagens todas. Quaisquer tentativas de ir buscar por algo diferente daquilo que eles já tem é podada, como mostram os acontecimentos mais pro final do filme.
A única pessoa que meio que tem seus desejos atendidos, de certa forma, é a matriarca babacona da família e, num certo sentido, a empregada dela. Na verdade a empregada meio que só consegue se livrar da coisa toda. E se a matriarca dessa família é uma filha da puta, os filhos não tão muito atrás e, por mais que eles queiram, não tem como a situação deles melhorar justamente por causa dela. E aí essa inação toda acaba passando de geração em geração, o que me parece ser um dos grandes motes do filme. Adolescentezada com os hormônios cozinhando, e todos eles também já apodrecidos pelo meio em que vivem.
Tá no Mubi por enquanto.
eles pesquiso a Terraaaa (aaai ai aaaai)…
Quando eu joguei Blasphemous eu falei aqui meio por cima de como ele foi um primeiro passo meu na direção de jogar um soulslike. Isso porque eu não peguei Dark Souls ou Demon’s Souls no lançamento e tendo vindo de outro background e com outros gostos, sempre achei que nunca teria a paciência necessária pra meter um desses jogos de cabo a rabo. Pra quem não tá ligado, são essencialmente RPGs de ação com muita ênfase num combate metódico e estratégico, e conhecidos pela sua alta dificuldade, e esse que era o grande lance pra mim: eu não queria jogar pra me irritar ou pra ficar empacado gratuitamente, e todas as minhas parcas experiências com souls/soulslike tinham ido por esse caminho. Nunca cheguei a jogar como deveria os jogos da From, dando o tempo que eles merecem, só em nível de experimentação assim. O máximo que o Game Pass me permitia era Wo Long, e quando descobri que o primeiro chefe do jogo, que eu tinha levado quase uma hora pra derrotar, tinha uma SEGUNDA forma com o mesmo nível de life, eu desinstalei o jogo na hora.
Porém, ano passado saiu Lies of P, ou Pinóquio Souls para os íntimos. Não era da From, era de um estúdio coreano, mas os reviews eram promissores e a história parecia ok: passaram a história do Pinóquio pra um universo steampunk dark e tal e coisarada. Depois de muito ouvir sobre outros jogos de souls e de ter terminado Blasphemous, resolvi me arriscar no jogo do Pinóquio. Só depois de ter passado da metade dele que eu fui ver um review do Jogabilidade em que falavam que ele não é um bom primeiro souls de alguém. Mas beleza.
Assim: a primeira metade dele flui muito bem. Existe um senso de progressão e, por mais que o jogo seja difícil, ele não chega a ser exatamente pau no cu, e sem dúvida ajudou a me treinar a paciência necessária pra passar pelos chefes e outros trechos. Deu pra pegar o jeito dos inimigos, como se portar, onde defender, quando atacar, etc. Não consegui vencer dessa vez? Então bora grindar um pouco, subir um pouco de nível, testar itens diferentes e, em suma, não ir com sede ao pote. Soulslike talvez ensine um pouco sobre a vida também.
Mas chega um ponto que eu senti que o jogo deu o que tinha que dar. Talvez seja a minha impaciência e inexperiência falando? Pode ser. Mas a dificuldade começa a ficar só babaca a partir de certo ponto, principalmente quando colocam junto desafios de plataforma, que te obrigam a andar sobre pontes minúsculas sobre um abismo enquanto enfrenta bichos que ficam jogando merda na tua cara. E assim, eu tenho certeza que tem isso nos jogos da From mas a minha vontade é de ver como os criadores fizeram isso, em vez de brigar com os caras que copiaram, por mais que tenham copiado bem. Além disso, só os chefes parecem divertidos de se enfrentar, parecem ter uma dificuldade num nível interessante. O resto parece que eu só tô me arrastando, lutando só por lutar. As partes mais criativas acabam rareando, cada capítulo novo parece só desculpa pra estender o jogo desnecessariamente. Tem a ver o fato de que eu não tô acostumado a jogar jogos com mais de, sei lá, 20 horas de duração? Provavelmente. Mas até aí eu tava com mais de 50 horas de Zelda Tears of the Kingdom. Só larguei porque larguei. Deve ter a ver com o fato de Zelda ser um jogo com mecânicas e experiências muito mais variadas? Parece que sim. Aqui o jogo é uma coisa só.
Aí eu chego agora, no capítulo 8, de um total de 11, 40 horas de jogo, com um certo ranço do jogo, a um passo da desistência - eu quase esqueci de como tinha sido o começo do jogo na hora de escrever esse texto. Tu pode me falar que “ah mas faltam só três capítulos” foda-se com todo respeito. Isso se chama falácia do custo irrecuperável ok. Não é como se a experiência até agora não tivesse sido válida, na verdade acho que funcionou bem: eu tive uma experiência de soulslike, mesmo que não a original, e tive uma noção do que me espera nos outros jogos. Até porque tem algo que me parece me puxar com frequência de volta mesmo a essa altura do rolê, uma vontade de querer continuar, de “tentar só mais uma vezinha”, sabendo que os erros nos combates são mais meus do que da programação do jogo. A história? Caguei, não li quase nada do que me foi apresentado. Mas o universo como um todo até que é legal e tem uns designs divertidos.
Enfim, acho que isso aqui não é AINDA uma declaração de desistência mas tá muito próximo disso. Se eu desistir de Lies of P nos próximos dias, vocês saberão porquê.
são de outros planetas distante…
(O conteúdo a seguir está sendo publicado única e exclusivamente por pressão contratual. Assim como o que foi publicado nas duas últimas edições da newsletter. Fique à vontade para ignorar completamente)
O que seria de um valoroso guerreiro sem um inimigo à altura? Provavelmente alguém que ficaria em casa dormindo em sua caminha. Que não é o que acontece nessa história! Muito pelo contrário. Aqui conhecemos o perigoso Monstro Horrível E Gigantesco, cujo desespero só se iguala à sua força.
Ninguém sabe o verdadeiro nome dele porque ele tem muitas dificuldades de se comunicar e fica irritado com isso. Mas ele só quer fazer amigos e trabalhar nas suas esculturas.
Monstro Horrível e Gigantesco
(para 3D&T Victory)
Poder 4, Habilidade 2, Resistência 4
Perícias: Luta, Sobrevivência, Artes: escultura em argila
Vantagens: Arena: terra seca, Defesa Especial: Reflexão
Desvantagens: Atrapalhado, Fúria.
Rajada de Golpes. Igual à técnica de mesmo nome.