O Daniel Warren Johnson é um dos mais brabos autores de quadrinhos estadunidenses da atual conjuntura e Murder Falcon - O Falcão Matador, é uma boa forma de atestar isso. Saiu pela Devir recentemente um compilado das 8 edições originais e a grande força do quadrinho do cara é justamente a mistura de ação doideira com um drama muito bem contado. Aqui o tema é a música como forma de trazer as pessoas de volta de momentos ruins, e em especial o heavy metal mesmo. Aí tem várias referências a bandas e músicas em vários pontos da história, desde nomes de personagens a designs, participações especiais e por aí vai. Um dos destaques inevitáveis é como o cara desenha as cenas de ação, mas me surpreende como ele consegue sempre pegar isso e juntar com questões mais pessoais dos personagens, no fim é um lance que no âmbito geral fica muito terno e doce em vez de só MASSAVÉIO.
No meu terceirão, a professora de Literatura falou sobre um autor florianopolitano chamado Salim Miguel e recentemente, apenas vinte e um anos depois, fuçando num sebo, me deparo com uma obra do cara. Por que não?
Bom, porque é meio chato mesmo. Não chega a ser ruim, o cara sabe escrever e tem bons momentos, mas a história é um tanto desinteressante e ele parece que trata ela com o mesmo desinteresse. Várias cenas parece que ele só vai listando coisas, jogando vírgula pra tudo que é lado. Aí é foda, Salimzeira. Eu queria muito fortalecer a cena mas assim fica um tanto dificultando. Quem sabe num outro livro aí. Vamo conversando
#livrosdropados #salimzeira
recomendações musicais: especial singles
elegância demais o som e o clipe novos do lendário Common (nos últimos tempos mais conhecidos pela carreira de ator) com o Pete Rock
e por falar em gente voltando: tem uma inédita do Fatboy Slim depois de sei lá quanto tempo, brabo demais porraaaaaa
o clipe perde pontos por usar IA mas só vamo
por falar em música eletrônica, e essa da Shygirl que é bateção de cabelo pura
gostas de um ROQUE? Que tal um rocão dançante, esse aqui do Chroma que saiu esses tempos aí… chicletaço de primeira
esses dias saiu uma nova do The Dare também, gurizão de Nova York que eu já falei aqui e que mistura LCD Soundsystem com temas a là Beastie Boys primeira fase, disco-punk jogadão e divertido
e pra fechar, uma lá do Fundo do Baú™: a única possível do The Music, de 2002. Hoje em dia o site oficial da banda leva pra uma página sobre cassinos. Mas essa aqui era hit. O problema, à época do lançamento, era descobrir qualquer coisa sobre uma banda chamada “The Music”
É uma pena que Love Massacre, do Patrick Tam (Hong Kong, 1981) não exista em nenhuma cópia que lhe dê o devido valor. O máximo que tem é uma versão tirada de laserdisc, que é a disponibilizada pelo Acervo do Drive. O resultado é uma cara ainda mais anos 80 pro filme mas que acaba destacando a saturação das cores que vão se tornando cada vez mais importantes no filme.
Começa meio como um drama/romance que a princípio me passou vibes de Bresson e termina como um suspense que é - tive um estalo no meio do filme - muito hitchcockiano, praticamente um giallo. Talvez quanto menos eu falar sobre a história, melhor. Mas é curioso como a vibe inicial já é meio pesada e um certo tom de melodrama (junto com a fotografia que parece quase de novela) parece que vai levar a história pra um lado, só que uma pulsão de morte ronda todos os personagens desde o início. Existe um embate frequente de cores, a direção de arte é um tanto minimalista e vários planos beiram o expressionismo, chegou a me lembrar um pouco Seijun Suzuki. Tudo tem cores chapadas estourando, como o branco e o verde mas principalmente o azul e o vermelho, e aos poucos essas cores vão ganhando significados diferentes no contexto. Tem vários planos que eu enquadraria tranquilamente.
É bom que se lembre que o Patrick Tam é meio que um mentor do Wong Kar-Wai e chegou a editar vários filmes dele depois. Num primeiro momento não tem muito a ver um trampo com o outro mas acho que há pontos de conexão na forma como os personagens se relacionam e, até certo ponto, na mistura de filme de gênero com dramas mais minimalistas.
Eu não consegui achar nenhum trailer dele mas no Youtube tem versões com legendas em inglês pra além daquela que eu linkei lá em cima.
E agora, vamos começar uma nova saga fantástica aqui na newsletter! Uma lenda para a todos emocionar e para ser cantada através dos tempos, em uma série de livros gigantescos.
Um jovem mora numa vilazinha pesqueira afastada dos grandes centros, da capital medieval desse mundo cheio de aventuras. A luz do sol bate em seu rosto: já passa das dez da manhã e o jovem segue na cama. Ele ouve sua irmã brincando com os amiguinhos na rua, brincando de heroína. O cheiro do café da manhã se entranha pela porta: ovos mexidos e café com leite. A brisa leve que vem do mar lhe faz se cobrir novamente. Sua espada e seu escudo repousam próximos.
Sem que ele se dê conta, o chão no centro da vila repentinamente se abre num tremor. Pessoas caem no valo sem fim sem se dar conta do que está acontecendo. Porém de lá de dentro surge um ser de nojeira indizível, envolto de chifres e braços cheios de garras de um poder mágico maligno. O monstro berra um trovão de medo e toda a vila é devassada.
O jovem corajosamente permanece em sua cama porque tá muito quentinha.
Obrigado por acompanharem mais essa esfuziante história aqui conosco! O responsável por ter comprado a saga já foi demitido.