Não Sei Desenhar ꝇ118 - 29/12/23
a segunda edição menos lida da história da newsletter (só perde pra edição da última semana do ano passado)
(Eu ia fazer um trecho que seria uma piada sobre a minha lista de álbuns preferidos de 2023 só que a graça seria que tudo teria sido inventado e teria as capas e as músicas geradas por IA. Só que o pouco que eu fiz teve a graça toda sugada pela própria IA - deve ser um caso do que chamam em inglês de cautionary tale - e a minha cabeça tá só o farelo a essa altura do ano. Então imaginem vocês aí como seria e deem boas risadas)
Eu nem ia falar muita coisa sobre isso nessa edição mas acho que vale pra fechar o ano. Depois de ver duas horas e meia de qualquer coisa naquele Napoleão do Ridley Scott, eu tomei como um projeto de férias assistir o Napoleão do Abel Gance, de 1927.
Cinco horas e meia de filme depois, eu tô simplesmente estarrecido. São cinco horas e meia muitíssimo menos pentelhas do que as do filme do Scott. É um troço impressionante demais pra um filme dessa época. E olha que ele saiu num ano repleto de filmes impressionantes, como Metropolis (do Fritz Lang) e Aurora (Murnau), e também no mesmo ano em que um certo Cantor de Jazz estreou e junto com ele veio o som no cinema. O problema é que aí filmes como Napoleão ficam esquecidos.
O filme em si é quase que um mito de criação da França. A ideia do Gance é te colocar na cabeça do próprio Napoleão, então dá pra sacar como tudo é muito ufanista, o próprio Napo é totalmente romantizado e mitificado. Ele não tem defeitos, é quase que um símbolo. Quando criança/adolescente, ninguém gostava dele mas graças à sua engenhosidade militar ele cresce pra se tornar A Própria França. Pelo menos cinematograficamente. Não é por acaso que uma das personagens meio que se apaixona pela imagem dele.
E aqui que tá o grande rolê. Tem muita cena com câmera na mão, incluindo cenas de guerra, miliano antes do Resgate do Soldado Ryan. Tem muita sobreposição de imagem, às vezes várias de uma vez só, com o intuito de passar uma ideia e/ou uma sensação ou o que se passa na mente dos personagens. Tem cena filmada na garupa de um cavalo. Tem cena com a câmera pendurada pra simular o balanço de um navio. É coisa de maluco. Óbvio que por ser um filme de 1927 ele não se presta a ser “realista” ou “naturalista”, a história tá ali mais pra gerar as sensações necessárias e pega muito.
A cena final é, provavelmente, o destaque. Quando eu vi, eu soltei alguma interjeição sozinho porque puta merda. Não chega a ser um spoiler (acho???) mas aqui o filme, cuja janela é 4:3, de repente se divide em 3. São três telas de 4:3 rolando ao mesmo tempo, às vezes mostrando uma imagem só, às vezes três diferentes e elas se misturando entre si. É um troço muito absurdo. E pensar que supostamente haviam cópias do filme em que ele INTEIRO era com essas três telas. Tá maluco. Mas eu gosto demais do fato de esse efeito acabar ficando só pro final, gera todo um impacto - ainda mais pra algo que acontece nas três telas e é a culminação de tudo.
Eu provavelmente tinha muito mais a dizer mas eu só tô genuinamente embasbacado. Eu não gosto de ficar só adjetivando e dizendo como tudo é muito “oh” mas porra. Não tá fácil. Ia finalizar dizendo que tem no archive.org mas pelo visto não tem mais. Parece que a Netflix tá co-financiando uma nova restauração do filme, agora com apenas 7 horas de duração, então aguarde aí no streaming.
e agora, uma rodada de jogos do Game Pass:
Comecei a jogar Chained Echoes! O famigerado jogo alemão que é baseado no gênero de RPGs japoneses clássicos como Chrono Trigger, Final Fantasy 1, 2, 3, 4 e 6, e muitos outros.
Enfim, eu comecei. Em novembro. Quando tava lá com umas 6 horas de jogo, fiquei sabendo que ia sair do Game Pass ainda em dezembro. Aí resolvi apressar o ritmo.
Empaquei num chefe lá pelas 7 horas de jogo e aí saiu do Game Pass. Ótima experiência.
(Tô ligado que tem o Sea of Stars que é na mesma pegada mas só vejo reclamação sobre ele então tô com certa preguiça de começar)
Também comecei um certo Spirit of the North. Em teoria é fofinho mas a jogabilidade é tão mambembe que eu larguei de mão. A única coisa a se fazer é seguir o fantasminha e dar uns pulos sem motivo nenhum. Se fosse gostoso de jogar, ainda, mas essa é a pior parte. Me ajuda aí.
Tá rolando um Rollerdrome também, o famigerado jogo indie que mistura Tony Hawk Pro Skater com jogo de tiro, com inspirações em FC distópica oitentista e tal. Bem legalzinho mas é meio difícil. De qualquer forma, o lance de te obrigar a fazer manobras pra recarregar as armas e ter que matar os inimigos pra recuperar life funciona bem. Mas não sei até onde vou.
NO EPISÓDIO ANTERIOR: Brenda foge de um cantor de sertanejo black metal e Valdir foge da realidade ao chegar à conclusão de que precisa acabar com a violência em sua vida. O que não é nem um pouco irônico tendo em vista o que vai acontecer no último episódio dessa temporada de…
s02e06: muito mais emocionante
Uma das portas que leva à terceira área da Dungeon Espiral está numa salinha simples, escondida atrás do escritório que Derly, o Barão, gosta de chamar de Sala do Trono. Um orc gordo que gosta de se vestir com roupas elegantemente coloridas, Derly recebe todos que se propõem a atravessar a porta com um sorriso e muito suor no rosto. A Sala do Trono fica num dos cantos da Arena do Barão (que no futuro próximo mudará seu nome para Arvellas Arena™), e em suas paredes leste e oeste começa uma arquibancada oval com capacidade para até duas mil pessoas. O local para onde a arquibancada e o janelão da Sala do Trono estão viradas é o coração da Arena: um eneágono de porcelanato élfico com um metro de altura e dez metros de diâmetro.
Os candidatos pagam uma pequena taxa e isso os habilita para participarem do grande esquema que Derly bolou quando cansou de enfrentar os exploradores que queriam chegar à área seguinte da Dungeon. Ele decidiu deixar os exploradores se enfrentarem, enquanto ele ganha dinheiro com a disputa. O vencedor do Torneio de Luta do Barão é quem passa para o outro lado.
O primeiro da fila de inscrição para o card dessa semana chega num pégaso branco quase brilhante e avisa a moça da bilheteria que ele “finalmente vai poder ter sua vingança”, ao que ela responde “ok”. Outros concorrentes dignos de nota incluem um bárbaro muito perfumado junto de uma mulher que parece agir como sua mãe e um mago de óculos que parece inapto para qualquer modalidade de luta corporal (ainda que a fúria em seus olhos seja quase palpável), que chega dizendo que “finalmente ele vai poder ter sua vingança”, ao que ela responde “ok”.
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O brilho do bronze falso reluz nos olhos emocionados de Herivelto. Seu superior prende a medalhinha em sua camisa e, com este botton, Herivelto é oficializado como um Aventureiro Khepresh Nível Bronze 2. Seu superior lhe cumprimenta e eles se abraçam ao som de Coldplay. Aplausos tomam a sala da mansão do Khepresh, seguidos de urros primais puxados pelo superior. Todos, incluindo Herivelto, urram junto, dando socos no ar.
Quando o superior segue para oficializar o colega ao seu lado no palco, Herivelto admira o botton em sua camisa. Muita coisa se passou pra ele chegar até ali. Talvez até coisa demais. E tem muita coisa pra passar ainda, no futuro.
E tudo que ele ganhou foi um botton de plástico e umas armas um pouco melhores. E quando ele passar para o próximo nível, vai ganhar um novo botton e umas armas ligeiramente melhores. O Rolls-Royce está no futuro distante. Não lhe disseram ainda exatamente em que nível. Mas ele está lá.
Está lá, não está?
Herivelto se pega olhando para o nada por segundos. O urro de seus colegas o traz de volta para a mansão e ele urra junto, o soco no ar um pouco frouxo.
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Iussuque foca sua mente na sua luta com Valdir. Seu momento vai chegar, finalmente. Está ali, à sua frente. Tirando o fato de que as lutas iniciais serão definidas por sorteio. Mas tudo bem. Pelo chaveamento, Iussuque poderá derrotar Valdir na final - muito mais emocionante.
Valdir até tenta acompanhar a explicação do regulamento que Derly faz aos lutadores mas se perde na metade e deixa tudo para Dona Isolete aprender. O que ele sabe é que seu primeiro adversário será um homem-coelho que luta kickboxe nigeriano. (Spoiler: Valdir vai vencer) Mas o que o deixa curioso de verdade é que a primeira luta em uma outra chave do outro lado da tabela é Iussuque contra Moacir.
*
— Senhoras e senhores — declara Derly, o Barão, de braços abertos no centro da arena, debaixo de vários fachos de luz azulada vindos de holofotes —, bem-vindos a mais uma noite do Torneioooo doooo Barão!
A arquibancada lotada grita e aplaude enquanto fogos de artifício explodem sequencialmente ao redor do ringue e as caixas de som estouram o refrão de Kickstart My Heart do Mötley Crüe.
— E na noite de hoje as futuras instalações da Arvellas Arena™ irão tremer! Vocês estão preparados?
A plateia vai à loucura. De um camarote mais próximo do ringue, Valdir e Dona Isolete ficam surpresos com a agitação toda. Ela não para de fazer anotações em seu livro.
— A nossa primeira luta de hoje promete um verdadeiro show de magia muito elaborado. O nosso primeiro competidor veio diretamente das montanhas gélidas do norte da Europa, e vai utilizar suas técnicas aprendidas no sul do Japão… — Derly faz uma pausa dramática no microfone e aponta para um portão embaixo da arquibancada. — Ele é Iussuque Hævneren!
Um animado riff de teclado e guitarra começa a tocar nas caixas de som. O público grita e comemora, ignorante ao fato de que o nome verdadeiro de Iussuque é Cleiton e que eles estão vibrando inocentes ao som de uma abertura de anime.
Iussuque entra no ringue dando uma corridinha e mandando beijos para a plateia, cantarolando o refrão de Pegasus Fantasy, com sua armadura de viking completa e ostentando o machado em sua mão direita. Ao final de sua entrada, ele olha para Valdir no camarote e ameaçadoramente aponta o indicador e faz um sinal de que vai cortar sua garganta com o machado. Valdir faz uma careta como quem diz “que que esse cara tá falando?”.
— Do outro lado… mais conhecido pela sua Maravilha Curativa, hoje ele promete entregar uma Maravilha Sanguinária para o deleite da nossa plateia. A magia corre nas suas veias, assim como a vingança. O adversário de Iussuque na nossa primeira luta de hoje é… Moacir de Almeida!
Os alto-falantes brilham com Dancin’ Queen, do ABBA.
As luzes iluminam o portão de entrada mas ninguém aparece. O público grita esperando Moacir e então ele é empurrado pra dentro da arena, reclamando que “não foi essa música que eu pedi” mas alguém o empurra de novo com uma vassoura. Moacir, a contragosto, arrasta os pés acanhado até o ringue. Alguém joga coisas nele. O caminho até o ringue parece demorado demais e Moacir, envolto por um tipo de manto cerimonial de mago cheio de enfeites que lhe dá um aspecto de manto cerimonial de mago, tenta cumprimentar as pessoas e tropeça na subida até o ringue, tendo que se abaixar para pegar seus óculos. Quando termina de se limpar e chega no seu canto do ringue, vê Valdir no camarote. Aponta o dedo pra ele e depois faz um sinal de que vai cortar sua garganta. Valdir revira os olhos.
Derly desce do ringue. As luzes e as atenções todas se voltam para o eneágono. Iussuque estala o pescoço. Moacir olha nos olhos de seu adversário. Derly dá o sinal. Um anão parrudo levanta um martelo e bate num gongo de dois metros de altura, que faz um estardalhaço quase inacreditável. A luta começa.
Os lutadores rodam pelo ringue, analisando um ao outro, mantendo uma distância segura. A plateia grita, o ruído branco sendo ignorado por ambos, focados exclusivamente um no outro. Até que Iussuque para e anuncia:
— Muito bem. Vou começar usando só 20% do meu poder!
— … OK?
— Satsujin-sha Fenikkusu no hi!
Ele junta as mãos abertas à sua frente num movimento rápido e seu corpo brilha em energia. Partindo do seu tórax, uma ave feita de fogo mágico dispara pelo eneágono numa linha reta, na direção de Moacir.
A ave explode num canto do ringue, abrindo um buraco no porcelanato - mas não atinge Moacir, que conseguiu rolar para o lado e agora se levanta do chão. A plateia vibra. Iussuque desafia seu oponente com o olhar.
— Pois muito que bem — diz Moacir, limpando o manto. — Já que precisa avisar, eu vou usar 100% do meu poder.
Iussuque chama Moacir pra briga com a mão que lhe sobra.
O mago se concentra por alguns segundos. Seus olhos brilham um brilho branco azulado. Faz um movimento quase imperceptível com as mãos na direção de seu adversário. Iussuque fica em posição de defesa.
Nada acontece.
Dois segundos se passam. Nada. Cinco segundos. Iussuque começa a achar estranho. Dez segundos. Moacir segue com os braços erguidos. A plateia aguarda.
Ao mesmo tempo, dos dois flancos de Iussuque, um par de discos de energia azul aparecem girando horizontalmente. Ele não percebe. Os discos atravessam rasgando seus dois fêmures como serras. O corpo de Iussuque demora a perceber e aparentemente a gravidade também. Ele olha para baixo, vê os discos girando até desaparecerem. Olha para Moacir. Suas pernas já estão manchadas de sangue quando ele sente o baque da dor lancinante. Lentamente, ele percebe que Moacir desaparece de sua visão e o céu começa a desabar.
Ele dá com as costas no chão mas a dor é imperceptível em comparação com a dor da ausência de 60% de suas pernas. Ergue a cabeça e vê suas canelas de pé, independentes dele.
Então grita, desesperado. O público silencia, boquiaberto.
Iussuque bate no chão três vezes. O gongo soa.
— O vencedor é o Mago Moacir! — anuncia Derly.
Apenas um punhado de pessoas comemora e Moacir sai do ringue com pressa enquanto o time de socorristas joga Iussuque numa maca.
Dona Isolete bate palmas para o vencedor enquanto Valdir, de braços cruzados, observa-o indo embora.
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Cansada, Brenda analisa as possibilidades.
Para seguir à próxima área da Dungeon, ela pode tentar entrar no Torneio de Luta do Barão ou pode caminhar mais uns dias e tentar a Ponte de Babel.
Ela pode ir para o Torneio e correr o risco de encontrar Valdir - ou até mesmo Moacir. Sabe-se lá. Mas sua comida está acabando, talvez nem dure até chegar à Ponte.
Brenda analisa as possibilidades.
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Para alguém que queria acabar com a violência na vida, Valdir avança bem no Torneio de Luta. Consegue chegar à final vencendo adversários pouco valorosos mas visualmente curiosos, que divertem Dona Isolete e sua enciclopédia. Valdir jura que está fazendo só o necessário para vencer o Torneio e poder seguir em frente, sem avacalhar demais, utilizando sua técnica de maneira fria e tática. Ele não quer mutilar nem matar ninguém, joga com o livro de regras debaixo do braço. Ou pelo menos, na medida do que Dona Isolete lhe ensinou que são as regras.
A única coisa realmente inesperada durante o Torneio foi encontrar Moacir na grande final.
Os olhos injetados do mago lhe perfuram (metaforicamente, por enquanto) quando o gongo soa. Os dois já estão um tanto cansados, mas seus passos ainda estão firmes sobre o eneágono. Valdir desembainha sua espada.
— Até que enfim, Valdir. Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento. O quanto eu tive que treinar todas essas magias de combate pra chegar até aqui.
As mãos de Moacir brilham com energia mágica.
— Eu… eu imagino, Moacir. Mas eu não tenho culpa nesse…
— CALA A BOCA!
Moacir faz uma bola de fogo explodir na direção de Valdir. O bárbaro desvia com um salto, mas uma cratera é aberta no porcelanato. A plateia gosta.
— É óbvio que você é o culpado. A Brenda me amava! Tudo estava perfeito! Até você aparecer e destruir tudo.
— E se… se eu pedir desculpa?
— Desculpas não vão trazer ela de volta!
Agora Moacir faz uma saraivada de adagas mágicas voarem contra Moacir, que sai correndo pela extensão toda do ringue.
— Me matar também não vai trazer ela de volta!
— Vai sim!
As facas voam com rapidez na direção de Valdir, mas ele consegue acelerar além da saraivada e encontra uma brecha para se aproximar do mago e tentar um ataque horizontal. Moacir move uma mão na direção da espada. Um tipo de escudo de energia impede a espada de atingi-lo.
Não apenas isso: a espada de Valdir fica presa no escudo. O bárbaro a puxa para si mas ela parece fincada em pedra. A espada se move sozinha e empurra Valdir para longe, desarmado.
Moacir sorri. Seus olhos brilham um brilho irreal, branco-azulado. Valdir sabe o que vem aí. O mago estende suas mãos velozmente na direção do oponente. O público se aquieta, em suspense.
Nada acontece. Valdir olha para os lados. Não há nada. Então se dá conta de que um par de discos de energia estão vindo da frente e de suas costas. Valdir salta. Os discos cortam o ar onde antes estava seu corpo. Ele vê os discos desaparecerem no ar, inúteis. Seu olhar se volta para Moacir, já se preparando para o próximo ataque mágico.
O próximo ataque mágico vem antes do que ele esperava. Sua própria espada está voando em sua direção. Na descida do salto, a lâmina atravessa seu tórax, abrindo um rombo vertical. Valdir só consegue ver o cabo dela na frente de seu peito. Quando volta ao chão, ele já não consegue manter o equilíbrio, cai de joelhos.
Valdir tenta respirar, o sangue começa a tomar suas costas e sua barriga. Ele põe as mãos no cabo da espada e tenta puxá-la, mas ela não se mexe - ela afunda ainda mais. Não há mais forças nos braços. Não há mais forças nas pernas. O rosto de Moacir é a última coisa que ele vê antes de se dar conta de que não há mais força nem nos olhos. Não mais força no pescoço, Valdir deixa sua cabeça cair. Aos poucos, seu corpo vai caindo de lado, como um boneco.
O gongo soa.
Moacir observa Valdir. O prazer da vitória eletrificando suas mãos e seu sorriso. Então ele olha para os lados e se dá conta de que Brenda não voltou pra ele. O sorriso desaparece de seu rosto. Ele leva a mão à boca.
Valdir consegue abrir os olhos. Não há mais força na sua visão, ela está turva e desfocada. Mas ele sente um toque feminino em seu pescoço, uma forma de mulher tentando lhe ajudar.
É ela.
Valdir tenta sorrir e tenta dizer:
— Você… voltou.
— Claro — diz a mulher.
Deixa sua cabeça cair nos braços de Dona Isolete. Valdir morre.
つづく
Tu escreve muito bem, cara. Valeu muito essa temporada de Dungeon Espiral.
Eu fechei o Sea of Stars. Gostei muito. Brinca com umas tropes de JRPG -- tem até final "falso" --, mas talvez não seja legal pra quem é fã mesmo de JRPG -- coisa que eu não sou. Dá uma chance, vai que gostas.