vinis lindos da semana: Strange Ranger - Pure Music
a trilha sonora do filme O Exterminador (1980)
Aí que recentemente eu li livros. 2. É bastante, vai. Hoje em dia? Pra quem não sabia ler até o dia 5 de abril desse ano, até que tô bem.
O lance que é foram dois livros meio que diametralmente opostos um do outro. O primeiro é Polícia da Memória, da Yoko Ogawa. É sobre uma ilha em que as pessoas simplesmente vão esquecendo as coisas. Tipo, num dia todo mundo é obrigado a esquecer “pássaros”. E aí eles tem que acabar com todas as memórias dessas coisas e todo mundo vai simplesmente esquecendo, parando de sentir quaisquer coisas que poderia sentir sobre a coisa que foi esquecida. Só que nem todo mundo é capaz de esquecer, então a polícia secreta vai atrás dessas pessoas. Aí a história é narrada pelo ponto de vista de uma escritora e seus amigos, o editor dela e um velho. Nada cheio de heroísmo ou grandes aventuras: tudo é narrado com muita simplicidade. É difícil não me submeter a um JAPONISMO e fazer uma comparação da narrativa dela com haicais, aqueles poeminhas japoneses, mas é real. A Ogawa se preocupa com pequenos detalhezinhos, pequenos momentos meio desimportantes, talvez essas coisinhas que podem ser esquecidas no futuro por aqueles personagens. Tem um certo suspense rolando mas ainda assim é bastante mundano e quase hipnotizante - e o final é meio surreal. Gostamos.
Do outro lado do espectro tem o livro de 1985 do László Krasznahorkai chamado Sátántangó que inspirou o famigerado filme de sete horas e meia do Béla Tárr (e que eu ainda não tive coragem de ver). O que o outro livro tem de delicado, esse aqui tem de esporrento, de se preocupar com as minúcias dos pensamentos dos personagens e de ser um negócio que vai sendo atirado na tua cara o tempo inteiro. Veja bem: é um livro praticamente sem nenhum parágrafo. Tudo acontece muito, e ainda tem vários personagens e chuva e lama e um cara que é tipo um profeta que supostamente voltou dos mortos e todo mundo tá perdido na vida esperando ele numa taverna e coisarada. Ler isso aqui é uma experiência mesmo, um lance meio exasperante - de uma forma boa. Deu até alguma vontade de conhecer mais sobre a história da Hungria, tem uma sensação desesperançosa e pós-apocalíptica que provavelmente funciona como crítica social. Ainda tô lidando com ele mas… porra.
Barbie?
Oppenheimer???? Faça 1000 favor
O filme que estreia essa semana que interessa de verdade é um só: Shin Kamen Rider, do Hideaki Anno, já num Amazon Prime Video perto de você.
ou seja, hoje é dia de BARKAMENHEIMER
todo mundo indo assistir ao filme de moto com capacete de gafanhoto
Imagine que um dos melhores filmes da história está a um clique de distância.
Aqui (sem legendas em português, mas no inglês básico vai… até porque é mudo):
É claro que falar de Buster Keaton é meio chover no molhado mas né. Tá tudo ali.
O cinema como uma máquina de sonhos e suas possíveis realizações. O blockbuster americano deve ter nascido aqui. Jackie Chan e Tom Cruise com certeza vieram daqui. Até The Office veio daqui. Que porra é essa precisão microscópica do Keaton em toda cena? Na atuação mas também nos enquadramentos. Tá maluco.
E tem só 45 minutos.
CHARLIE CHAPLIN PAGA COMÉDIA
novo do Disclosure tá bem legal, segue firme naquela linha de eletrônico pop meio noventista classudaço
ainda no eletrônico, saiu pela Nyege Nyege Tapes (gravadora de Uganda) um álbum do brasileiríssimo DJ K. Funk carioca mandelão nervosíssimo, desses que vão no limite das caixas de som mesmo, do muito grave ao muito agudo. E tudo sem soar “deslocado” de seu contexto, ainda é funk carioca de quem vive a parada e sabe o que tá fazendo.
e ainda traz a fita cassete linda da semana: