Aí que depois de ouvir o álbum novo da Beyoncé no nosso mais novo quadro, na edição anterior, eu ouvi de novo inteiro e com mais calma e: é ainda melhor. Inclusive ele melhora a cada vez que eu ouço. Se eu fizesse uma lista de melhores do ano, estaria nela e no pódio. Aqui é assim. E como é que me escapa que o sample de Donna Summer (que inclusive eu cito) tá referenciado já no NOME da música Summer Renaissance. Tudo na normalidade.
repentinamente vi o nome desse cara sendo bastante comentado: Fred Again.., DJ e produtor inglês. Vale a pena checar o set dele no Boiler Room:
ouvi uma parte do álbum dele e não consigo deixar de pensar no som como um tipo de HOUSE EMO. Vai vendo.
E também: me agonia profundamente a quantidade de gente EM CIMA do equipamento do cara. Não por acaso umas duas vezes alguém cutuca alguma coisa e o som para.
Num outro espectro da música eletrônica, saiu esse som do The Dare, que é o projeto novo de um mancebo novaiorquino chamado Harrison Smith (que já lançou um álbum SOB A ALCUNHA de Turtlenecked e não é ruim), parece uma mistura de LCD Soundsystem com o primeiro álbum do Beastie Boys
estamos de olho
eu tava faz três dias tentando lembrar que música era essa que eu tinha descoberto numa propaganda de celular há trezentos anos atrás
Audio Bullys: só quem viveu sabe
E agora para a sua dose diária de autoajuda: uma série de tiras chamada Not/But, do Tonci Zonjic, que tem uma estrutura simples mas muito funcional. Alguns exemplos:
Tem um pôster dessa série à venda no site e eu gostaria muito de ter um desse em casa, só que o preço é em dólar e aí já viu. Ajude-me a ter um pôster desse enfeitando a minha casa doando ao pix danilodoclee@gmail.com
Eu estava pronto pra mandar a newsletter quando descubro que morreu o Jô Soares e puta merda né.
O cara foi referência de humor e de entrevistador pra mim enquanto crescia e eu lembro de ter tentado ler o primeiro livro dele quando criança mas não passei do começo. Depois meu pai emprestou o livro e nunca mais devolveram e eu não li também.
Claro que vai ter gente a torto e a direito falando das melhores entrevistas, as do Skylab, aquela com o trio Hebe Camargo/Nair Bello/Lolita Rodrigues, etc, então só me resta trazer aqui um momento que um amigo meu chegou a gravar no VHS pra gente poder assistir no dia seguinte porque ia ao ar tarde demais: a abertura do primeiro Programa do Jô, quando ele voltou pra Globo (o único vídeo disso que tem no Youtube é essa tosqueira mas o que vale é a intenção)
como não lembrar desse grande momento também
Mas as homenagens não param: trago também um post de um antigo blog meu, de 2010, numa altura em que o Jô já tava, convenhamos, fazendo as entrevistas meio no automático mesmo. RIP Jô e desculpa qualquer coisa
Como fazer o Programa do Jô
Existem 4 tipos de entrevistados, basicamente:
a) Algum figura. Aqui entram artistas de rua espalhafatosos, alguém que foi pobre e hoje é rico (e está lançando livro sobre como ficar rico), nordestinos divertidos, e o Rogério Skylab.
b) Médico. Aqui, temos uma subdivisão importante: ou o médico tem alguma especialidade relacionada a sexo, momento em que o Jô desfila sua minúscula gama de trocadilhos; ou é um especialista sério (que está lançando um livro), de quem o Jô não consegue arrancar nenhuma piada. Ninguém presta atenção.
c) Ator/diretor/escritor das antigas que está lançando obra nova e vai fazer propaganda. Nesse caso, o Jô sempre fica relembrando histórias com o convidado, eles ficam num papinho de mesa de bar que só eles entendem. Pode ocorrer de o Jô querer falar de quando jogava hóquei e pedir pra mostrar a foto. O papo se desenrola mais ou menos assim:
JÔ: "Mas me diz uma coisa, Paulinho, como anda o seu pai?"
CONVIDADO: "Ah, tá tudo certo, né, Jô. Tá na novela agora, tá no teatro..."
JÔ: "Ah, ele tá no teatro Bibi Ferreira, né."
CONVIDADO: "Isso, isso."
JÔ (agarrando o braço do convidado): "Você sabe que uma vez, quando eu escrevia pro Pasquim, estávamos eu, o Ziraldo... o Zé - Zé Celso Martinez -, e o seu pai..." (A história continua até que o convidado e o público dêem uma risadinha amarela e o Bira dê uma de suas risadas. A entrevista continua: "Então você tá lançando um livro." (bota o livro no pedestalzinho)
CONVIDADO: "Sim, é o meu primeiro romance. Eu sempre escrevi, né, Jô, você sabe. Mas agora eu finalmente resol..."
JÔ: "Sem querer te interromper mais já interrompendo... isso me lembra de uma história ótima. Quando eu escrevia pra Família Trapo, estávamos eu, o Zé Celso Martinez, o Chico Anysio e o seu pai..."
d) Banda. Pode ser também o caso de um artista solo, que invariavelmente vai tocar no Bourbon Street. Mas com a banda ele apresenta todo mundo, tira sarro com o baixista ("conhece o baixo cubano? O Bira conhece, diz que se chama 'cubaixo") e pede pra todo mundo bater palma só depois que ele apresentar o último integrante da banda.
Pra fechar, uma previsão: aguardem pelo talk-show do Marcos Mion, no qual ele imita o Conan O'Brien.