Não Sei Desenhar ₫171 - 14/02/25
tudo que você precisa saber sobre a obra-prima Emilia Perez
Vinil lindo da semana: a versão nova da trilha sonora de Angel’s Egg, anime clássico dos anos 80. Dessa vez não só o vinil como a capa também.
Por falar em anime dos anos 80, Take The X Train é um OVA dirigido pelo famigerado Rintaro, diretor de anime de carreira longa e lendária. Acho que peguei pra ver imaginando que pudesse ter a ver com outros animes com a vibe city pop que eu citei aqui em edições passadas. Porém o lance aqui é completamente diferente.
Começa como uma comédia que parece tirar sarro do Japão do final dos anos 80, com um personagem um tanto deslocado de seu próprio trabalho e de seu relacionamento. Aos poucos começa a virar um tipo de terror sobrenatural… mas não vou falar muito além disso. Tem algo no filme sobre uma treta entre uma versão antiga do Japão com essa dos anos 80 hipercapitalista, ao mesmo tempo em que busca um meio-termo entre os dois. O filme é dedicado ao jazzista Duke Ellington, que tem uma música chamada Take The A Train e a trilha é só jazz no pianinho: é como se o Rintaro buscasse algo diferente pra além do próprio Japão, uma mistura com os EUA (algo muito caro ao Japão da época) de uma forma menos óbvia e menos baba-ovo.
O Rintaro pareceu ter se divertido muito no processo de direção, várias imagens dele me lembraram os enquadramentos do Osamu Dezaki, com suas composições focadas em algo mais gráfico. A animação toda é bonita demais de um jeito que eu não esperava, pra um OVA tão pequeno e desconhecido. (Curiosamente, o filme foi produzido pela Konami, mais conhecida pelos jogos de videogame)
Tem no Youtube e no Archive.org com legendas em inglês e tem só 50 minutos! É só alegria.
Talvez vocês não se lembrem. Talvez nem saibam disso. Houve uma época em que não havia Youtube. Houve uma época em que a internet era insípida no que tange a uma série de assuntos.
Houve uma época em que eu tinha uma pasta de imagens no meu computador. Só “imagens”. Imagens em geral. Algumas raras fotos minhas, as fotos que eu usava de avatar do MSN (de Faustão a Kaneda do Akira, passando pelo Paul Karason, o senhor que tinha a pele azul, e pelo Ideon, chegando numa foto do Maracanazo). Imagens da internet, coisas quase amaldiçoadas que eu guardava porque não sabia quando ia encontrar de novo e achava por bem guardar. Pensando agora, não sei por que parei de fazer isso.
Essa era uma das imagens
Outra dessas imagens, em algum HD que se perdeu numa pasta que o tempo jogou pras cobras, era essa imagem do Megaloman:
Se o cara parece um Ultraman de cabeleira, é porque ele era exatamente isso. Não tem muito a acrescentar no que tange à narrativa. Foi criado pelo Tetsu Kariya e produzido pela Toho.
Esse vídeo da transformação dele é suficiente pra dar um AVC em muita gente
Eu sei muito pouco do Megaloman até hoje em dia, e procurando bem talvez eu achasse uns episódios pra assistir ou coisa assim. Eu quero? Sim. Eu vou fazer isso? Dificilmente. O mistério que ronda, como se a existência dele fosse só um sonho febril de algum japonês nos anos 70, me interessa mais no fim das contas.
A propósito de grandes designs de tokusatsu, fiquem agora com o Greenman
Não gostaram? Tudo bem, tem o Iron King então
Não rolou também? Então vai pro car
Bom, por último tem o Line The Barbarian. Esse ganha destaque pelo valor de produção, claro
Há extremamente longínquos dezenove anos atrás o Deadboy And The Elephantmen lançava seu segundo álbum. Era mais uma banda entre tantas bandas de indie rock da época, e tal qual o White Stripes era formada por uma mulher na batera e um vocalista/guitarrista. A simplicidade e o peso, o clima geral do som me pegou muito. Era às vezes mais pesado, às vezes acústico, e ainda tinha o vozeirão do Dax Riggs. Essa era uma época em que eu fuçava o tempo inteiro pra ir atrás da próxima grande novidade do roque e o D&E foi uma surpresa muito foda. Veja bem: eu fundei uma comunidade do Deadboy And The Elephantmen no Orkut (não passou de 15 membros). Eu era MUITO underground.
Praticamente todas as músicas do álbum são extremamente ganchudas, de um jeito meio soturno. O hit era essa aqui…
… mas também tinha outras como How Long The Night Was, que de certa forma resumia o som do duo:
Vale checar mesmo hoje em dia
A banda acabou mas o Dax Riggs seguiu em carreira solo. Lançou um punhado de álbuns e em 2025 meteu um EP de sete músicas que seguem a mesma vibe de todos os trabalhos dele: a bad vibe. Dá pra notar só pelos nomes das músicas, como tudo na discografia do rapaz. Mas tá bem legal.