Festa de Família (Festen, de 1998, do Thomas Vinterberg) é, pra quem não tá ligado, o antecessor espiritual de Succession e, em parte, de The Office e Arrested Development. É o primeiro filme do movimento Dogma 95, que o Vinterberg e o Lars Von Trier meteram na época, e cujo predicado eram seus mandamentos que envolviam coisas como “não pode usar trilha sonora extradiegética”, “não pode usar luz artificial” e etc etc. No geral, parece valer como uma forma de restringir as possibilidades e tentar ser criativo dentro delas. Deixa os menino brincar.
Aqui funciona porque a forma de filmar parece querer demonstrar a sujeira toda da família. Apesar da busca pelo naturalismo, inerente às propostas do movimento, nem por isso o filme é feio: tem uns planos bem interessantes e bem pensados. Ainda assim, o Vinterberg parece estar se divertindo muito com sua camerazinha e toda sua portabilidade.
O foco é na história e ela é terrível. É uma óbvia crítica à aristocracia branca europeia e suas tradições seculares. Patriarca de uma família rica chama amigos e parentes pra sua festa de aniversário de 60 anos e, quando o filho mais velho vai dar seu discurso, ele joga uma bomba que começa a estraçalhar as aparências da família (mesmo que o irmão dele faça isso sem precisar do mesmo esforço… só que o primogênito vai mais longe). No geral o tom é de uma comédia de humor desconfortável, mas vai ficando cada vez mais denso à medida em que o filme passa. Quase adquire tons de folk-horror em algumas cenas, como na da dança.
Se for focar o filme nessa crítica à tradição europeia, eu tenho a impressão de que no final o filme dá uma escorregada. Meio que passa pano pra alguns personagens, porque no fim das contas pouca coisa acaba mudando.
Tem no Mubi.
Que tal esse que é o primeiro Youtube Poop da história, um curta do Martin Arnold de 1993 chamado Passage À L’acte
alguém podia fazer disso um longa
E essa do Guilhermarantes de 1979, que soa como se poderia ter sido lançada ontem???? Esse climinha, tudo só no synth. Fino.
Tem essa banda nova do Paraná chamada Hoovaranas, pra quem curte um instrumental meio math rock psicodélico e coisa e tal.
Mas esse da Mabe Fratti, diretamente da Guatemala, é o mais brabo da semana: é tipo um indie meio torto, no qual ela usa bastante do seu violoncelo em melodias INSTIGANTES por assim dizer.
Vocês pediram (ninguém pediu), e aqui está: mais um quadrinho exclusivo da newsletter Não Sei Desenhar. Dessa vez, um emocionante conto de natal em 3 partes, pra ler com toda a família em volta da fogueira enquanto esperam o Papai Noel.
Siga com cautela e discrição: