Não Sei Desenhar ᵿ131 - 19/04/24
tudo que você precisa saber sobre o novo álbum da Taylor Swift
Chegou o momento. Depois de muitos reviews de refrigerantes e outros acepipes menos cotados, chegou a hora que o povo mais queria. Finalmente vou degustar um do verde. Mais especificamente, um do Puro Verde.
Puro Verde é um chá gaseificado de capim limão, melissa e maracujá com maçã e lúpulo. É muita coisa. Eu não lembro de onde ele surgiu mas o contexto todo muito me interessou.
Eu já resenhei aqui um refri de maçã e é difícil fugir da comparação. Não é por acaso que aqui tem mais suco de maçã do que qualquer outra coisa, segundo o rótulo. Na real nem dá pra sentir os outros sabores direito. Ele é meio espesso, de fato como algo que veio da maçã mesmo. Mas todo o resto se dilui numa maçaroca de falta de sabor. Tem um certo gosto de grama típico de um chá, mas depois o gosto da maçã engole todo o resto e aí a graça toda meio que some. Com o tempo parece que o pouco de sabor que tinha vai se esvaindo. É só um gosto de… putz, sei lá. Esse é o gosto mesmo: “putz, sei lá”. Chá gaseificado sabor putz, sei lá. Nota: 4/10.
E por falar em puro, esse álbum aqui é o puro suco do city pop japonês: o álbum da Anri de 1984 chamado COOOL. Começa bem groove mas passa por outras vibes do gênero também. Foi produzido por um dos pioneiros do gênero, o Toshiki Kadomatsu - o cara que recentemente divulgou que vai lançar seu CUM pra galera (no caso, seu próximo álbum, Contemporary Urban Music)
“Mas e o roque meo? Eu quero é um roque” pois tome: o novo do Metz. Às vezes meio brega demais mas tem seus momentos
E já na seara do drum’n’bass, tem o novo da inglesa Nia Archives. Bem noventista, com um pezão na soul music e batidas clássicas do gênero
Mayombe, livro do angolano Pepetela, é um romance sobre como o componente humano é essencial e indissociável da revolução. Trata da guerrilha do Movimento Pela Libertação de Angola no final dos anos 60, e mostra um grupo de guerrilheiros lidando com uma série de questões, tanto internas como de relacionamento interpessoais (falta de confiança, traições de muitos tipos) e de grupo (vários guerrilheiros lutam no mesmo time mas vem de tribos diferentes). O objetivo final é a revolução, mas isso não vem fácil - se é que vem - e nem o grupo é homogêneo e harmonioso e isso meio que é do jogo. O narrador é em terceira pessoa mas vários momentos trazem narrações específicas de personagens em primeira pessoa, demonstrando suas preocupações e anseios e tudo isso faz parte. O personagem principal, porém, é o único que não tem uma narração dessas, a internalidade dele acaba vindo no meio da narração. Ele é o comandante da galera e isso conecta com a epígrafe do livro, no qual Pepetela diz que vai contar a história de “Ogun, o Prometeu africano”. Ogun, na mitologia yorubá, é o deus ferreiro, criador de ferramentas, além de ser um guerreiro. E Prometeu, naquela mitologia que vocês tão ligados, é o cara que tirou o fogo dos deuses pra dar pros seres humanos e coisa e tal. Apesar disso, a história é extremamente pé no chão e essa visão mais metafísica vem muito de leve, porém a onipresença da floresta do Mayombe como um deus percorre a história toda.
Eu acho que nunca vai deixar de me incomodar esse lance de botarem o nome do autor maior que o nome do livro