Não Sei Desenhar ɨ123 - 23/02/24
finalmente a edição da newsletter pra você que está aprendendo a contar
Hora de um review internacional de refri. Diretamente das terras mágicas do Uruguai, aquele estado do país Rio Grande do Sul, meu amigo Dux fez a gentileza de trazer uma belíssima 7 Up pra eu poder degustar.
Eu só lembrava da 7 Up do tempo em que tinha o jogo Cool Spot pro Mega Drive, cujo personagem era o mascote da marca, e de quando eles patrocinavam o Botafogo. Quanto a beber mesmo, pode ser que eu tenha uma raspa de memória que me diz que eu já bebi não sei onde, mas pra todos os efeitos essa é a primeira vez que eu bebo uma dessas.
Apesar de a lata ter atravessado dois países inteiros e mais um mês e pouco de geladeira, tudo ocorreu bem e ninguém se feriu durante a abertura da embalagem. A cara é, para a surpresa de duas ou três pessoas, igual à da Sprite. O sabor é mais ou menos o mesmo.
Não é nenhum sabor particularmente uruguaio. Eu diria que ela tá num meio termo entre a Sprite e a Soda Limonada Antarctica. Tem um amargor que puxa pra Soda (que é muito mais forte), mas é mais docinha. É muito mais uma Sprite em essência. É infelizmente difícil de falar mais do que isso porque realmente ela é só uma Sprite um pouco mais doce. Em poucos goles ela vai ficando mais enjoenta e um pouco mais triste, tal qual a vida. Eu não sabia exatamente o que eu tava esperando, imaginava que vinha um refri tipo de limão e tal mas isso aqui é só um pouco mais sem graça do que os refris que a gente tem aqui. Estivesse eu no Uruguai, tomaria de boa sim. Uns golinhos pelo menos. Pra harmonizar com uma parrilla. Do jeito que a natureza quis. Nota: 6,5/10.
E agora mais uma rodada de comentários extremamente pertinentes sobre filmes concorrendo ao Oscar
Pobres Criaturas: se Barbie é o filme da Barbie que a gente merece, Pobres Criaturas é o filme da Barbie que a gente precisa. É tipo um filme de princesa da Disney só que ao contrário. Gosto da estética de clipe do Smashing Pumpkins dos anos 90 - e não lembro de nenhum filme recente com a mesma empolgação por cores, dá um prazer de ver saturação e contraste nesse nível.
Os Rejeitados: putz. Tá aí um filme que existe né. Alexander Payne com aquela chatice dele de novo. Mas é simpático. Paul Giamatti sempre entrega, e o gurizão que contracena com ele é legal também. Filed under “Sessão da Tarde”
O IDLES já é legal, mas o álbum novo deles tá um nível acima dos outros. Cheio de momentos mais introspectivos e coisa do tipo, e tudo se encaixando bem.
Sem contar, é claro, o clipe de “Grace”, cuja pachorra da banda de meter essa (e do Chris Martin de aceitar) beira o inacreditável
Jazz japonês dos anos 70? Jazz japonês dos anos 70. Jiro Inagakai And His Soul Media:
E agora uma rodada de comentários extremamente pertinentes sobre alguns livros que eu li esses tempos:
Salmo para um robô peregrino (Becky Chambers): um livrinho honestíssimo, pequeno mas cheio de boas ideias e com uma vibe muito tranquilinha apesar dos problemas dos personagens. É um outro caminho pra ficção científica sem dúvida, um momento pra respirar pra quem tá acostumado a ler FCs e fantasias cheios de espetáculo
Área 7 (Matthew Reilly): por falar em espetáculo, tem esse aqui. Eu achei esse livro no AFÃ de encontrar algum livro que lembrasse de alguma forma a série de filmes Missão: Impossível e isso aqui foi recomendado por aí em algum lugar. A capa já é horrenda. A história até começa bem mas depois degringola pra um filme de ação vagabundo dos anos 90, sem graça e sem estilo nenhum e sem nenhum senso de fluxo - e tudo feito de um jeito que parece que foi um roteiro de cinema que foi adaptado pra literatura. Fui obrigado a largar antes da metade.
Iluminações (Alan Moore): bom, é o maioral. Não tem jeito. Alan Moore segue MVP mesmo sem ter desenhos pra acompanhar a escrita dele. A novela sobre o Thunderman explica toda a aversão que ele tem sobre a indústria dos quadrinhos e porque ele não quer mais nada com ela, e os contos em volta são sempre muito inventivos ou engraçados ou tudo junto.
O ato criativo: Uma forma de ser (Rick Rubin): e por falar em barbudos. Pra quem não sabe, o Rubin é uma lenda da produção musical: o cara ajudou a transformar os Beastie Boys no que vieram a ser, resgatou Johnny Cash e a June Carter Cash do ostracismo, e por aí vai. Tem sido muito falado por aí mas vale a leitura mesmo. Mais um livro altamente vibes, fala do processo todo do Rubin de forma extremamente simples e muito focada no lance da criação artística. Tem muita coisa pra se aproveitar aqui pra quem é desse rolê de alguma forma, mesmo que amadora.