Não Sei Desenhar ֍100 - 01/09/23
O Orkut são o anos 70 da internet brasileira. Elabore você aí na sua casa
E se inventassem uma cadeira apenas para gamers?
Uma cadeira. Normal. De rodinha. Pra ficar sentado o dia inteiro. Só que para gamers. Mas calma calma, melhor: não apenas gamers. Outras pessoas que passam o dia inteiro sentado na frente de um computador também poderiam rejubilar na ergonomia de uma cadeira que permita que o teu corpo se encaixe e fique razoavelmente confortável por horas a fio. Que tal?
O quê? Já inventaram isso? Tá brincando. Vou ter que comprar uma dessas.
Temporada nova de The Bear expande pra onde a série pode ir, e reverte muito do clima anterior de uma forma muito proposital. É quase um espelho da anterior. Ela é mais calma no geral, mas também é tensa quando necessário porque ela é muito sobre o emocional daqueles personagens e isso tá intrinsecamente ligado à narrativa e à mise em scene. Então ela frequentemente acaba sendo mais comédia propriamente e muito sobre construção (de drama e de um restaurante). O episódio do Richie é muito foda, tranquilamente o melhor da temporada e de certa forma encapsula muito dos temas da série. A transformação do personagem é quase palpável. Muito forte o quanto essa série conseguiu me fazer torcer e estar junto daqueles personagens. Tem um episódio que tem tantas participações especiais que até a ex-mulher do Kendall Roy tá ali do nada e tu só fica tipo “olha ela ali!!!!” e deu. Ela é menos fechada em si – o que me parece algo natural pra uma segunda temporada – e deixa alguns ganchos pra próxima temporada, tudo construído de uma forma muito natural. Galera tá de parabéns.
E o Estrela Imperial do Delany? Loucura também. Talvez até mais louco que o Babel-17 em alguns sentidos, e curioso pensar que ele quis que essa histórias fossem publicadas juntas. Elas dividem o mesmo universo praticamente através de uma só palavra, é curioso pensar como elas se juntam de fato. Talvez tematicamente. Tem algo ali sobre a importância da arte – aquilo que alguém fala sobre a arte e o crime serem “armas”...
Aí que eu vi o lendário Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia do Hector Babenco e não sei onde eu tava com as expectativas mas não bateu muito pra mim não. Meio que faltou algum impacto???? Algo nesse sentido. A sensação é de que ele é filmado quase com desinteresse, sem muita criatividade visual. Mas é interessante como ele humaniza o personagem principal - um ladrão - pra além dos estereótipos. Ele é mostrado como um anti-herói, principalmente mais pro final quando coisas acontecem. Lúcio Flávio meio que se tornou bandido pelas circunstâncias, vive sendo perseguido pelo fantasma da morte (daria pra dizer que ele sobe na Agonia e fica ali nela, enquanto vive… se é que me entendes), ao contrário do personagem do Paulo Cesar Pereio, que é um policial corrupto meio bon vivant porque sim e isso é que é interessante. Em plena ditadura o filme coloca os policiais - torturadores - como um bando de crápulas. Talvez o grande ponto de contenda da minha visão sobre o filme seja eu acabar comparando com O Caso dos Irmãos Naves, do qual eu já falei aqui. As duas produções acabam tendo muito em comum. Quem viu, tá ligado.
Mas que o pôster do filme é foda, isso é.
OK, cadeira gamer comprada. Porém, por ser gamer, ela precisa oferecer um desafio, como todo gamer curte. Afinal, games, né. E o desafio: montar esta desgraçada.
Agora é que eu quero ver. Um quebra-cabeças complexo que me oferece apenas uma chave Allen e um punhado de parafusos pra resolvê-lo. Por isso, me vi na obrigação de seguir o detonado (ou walkthrough) da revistinha que veio junto com a cadeira, também conhecido como manual. A parte mais difícil: encaixar o encosto na parte de sentar, porque os parafusos tem que estar no lugar certinho. Depois é parafusar a borboleta embaixo, e meramente encaixar a base com as rodinhas e o centro ali a gás. E de fato, é só encaixar mesmo, esse negócio tem cara de que pode cair a qualquer momento. Em seguida, tem que prender as almofadas por trás do encosto com umas presilhas tipo de mochila. Essa parte aqui eu achei meio mambembe.
Então eis que, ao fim de uns trinta minutos…
Só de sentar na cadeira pela primeira vez, minha vida melhorou uns 54%. Onde estava esse conforto todo antes? Por que ninguém nunca me avisou que isso existia? Que mundo é esse? Eu estou sentando numa nuvem?! Eu posso me encostar nela… e meu corpo até se encaixa - a minha lombar se encaixa na almofada! Como é que pode isso? Como ninguém nunca tinha pensado nisso antes????? A tecnologia é uma coisa verdadeiramente inacreditável.
O quê? Dar um rolê hoje? Não posso, tenho que ficar sentado na minha cadeira gamer…
Novo do Jungle tá muito melhor do que eu esperava. Belíssima mistura de soul, hip-hop e eletrônico, tudo de uma forma muito coesa e natural, bem redondinho
o Jungle, pra quem não lembra, teve esse hit alternativo anos atrás:
na área do indie rock, tem esse álbum recente do Melkbelly, que bebe muuuuuito no Breeders, Veruca Salt e outras bandas indies mais guitarreiras dos anos 90. Até a voz da moça lembra muito a da Kim Deal, vocalista do Breeders (e baixista do Pixies, pra quem não tá ligado).
Que foi? Tá olhando o quê? E daí que essa é a edição 100? Era pra ser especial por algum motivo, por acaso? Pelamordedeus. Vocês também.
Fiquem aí com a história desse casal de animadores russos que tá há quarenta anos fazendo um filme e provavelmente nunca vão terminar
que venham mais 100 edições da 'não sei desenhar'! e depois mais 100! e mais 10000000 depois!!